terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Funilaria (lanternagem) e Pintura


Funilaria (lanternagem) e Pintura     
Funilaria e Pintura

Representando a parte mais cara do veículo ( cerca de 60% do valor ), a carroceria é o que mais diferencia os muitos veículos existentes no Brasil e no exterior.
Um veículo danificada em uma colisão tem de ser reparado visando o retorno às suas características originais de aspecto, segurança e durabilidade.
Modernas técnicas desenvolvidas permitem eliminar o estigma de que carro reparado jamais volta à originalidade. Modernos equipamentos se aliam à técnica em procedimentos de reparação que se assemelham ao processo de fabricação originalmente utilizado na montadora, garantindo qualidade e agilidade no serviço.
Algumas das técnicas e cuidados necessários estão descritos abaixo, bem como sua aplicação e vantagem.

Tratamento anticorrosivo

Toda vez que um veículo é reparado, existe o perigo da corrosão. Uniões de chapa e solda são os pontos críticos, sendo as primeiras vítimas.
A reparação deve levar em consideração alguns cuidados, que ajudam a evitar que a ferrugem se aloje nas partes reparadas :
- A preparação da chapa deve ser eficiente;
- Devem ser utilizadas soldas que protejam a chapa de calor excessivo e da exposição ao oxigênio;
- Os revestimentos originais anti-ferrugem , como a “Batida de pedra” devem ser repostos.

Solda Oxiacetilênica
Bastante utilizada, a solda oxiacetilência utiliza basicamente acetileno e oxigênio em sua composição.
É um tipo de solda altamente agressivo, pois provoca a oxidação da chapa, além de determinar que a mesma atinja elevadas temperaturas provocando modificações na Têmpera do aço, o que pode vir a determinar alterações em sua elasticidade de projeto.
O Aço ALE ( Alto Limite Elástico ), utilizado na parte estrutural da carroceria, é especialmente sensível ao uso da solda oxiacetilênica, tendo suas principais propriedades mecânicas comprometidas em até 38%. Essa alteração determina uma redução na segurança do veículo, pois enfraquece elementos vitais da estrutura da carroceria.
O oxigênio, aliado ao calor excessivo do processo de solda oxiacetilênica, proporciona uma reação com o ferro, criando o Óxido de ferro, a conhecida ferrugem. Desse modo o uso desse tipo de solda terá como conseqüência a baixa qualidade do serviço, permitindo que, a curto prazo, a ferrugem se instale nas regiões críticas que correspondem a união das chapas soldadas.

Solda por pontos de resistência
É o tipo de solda utilizada nas fábricas para montagem da carroceria. Realiza a união de duas chapas através do calor produzido pela passagem de corrente elétrica e pela pressão exercida por dois eletrodos, sem o uso de um terceiro material.
A solda por pontos de resistência é simples e proporciona um ótimo acabamento, pois não gera as deformações causadas pelo calor excessivo. Em um processo de reparação, o uso dessa solda devolve ao veículo suas características originais.
O uso da solda por pontos de resistência, no entanto, é inviável em determinadas regiões, as quais devem ser unidas com o uso da Solda MIG/MAG.

Soldagem MIG / MAG
É a soldagem utilizando um arco elétrico sob uma atmosfera de gás. Nesse tipo de solda, o gás age como proteção, evitando que o oxigênio do ar entre em contato com as peças que estão sendo soldadas, o que contribui de forma significativa em evitar a corrosão futura das peças.
O gases mais utilizados são o argônio ( que é um gás inerte ) e o gás carbônico ( CO2 ).

Ferramentas Pneumáticas
As ferramentas manuais utilizadas em um processo de reparação são complementadas por ferramentas acionadas a ar comprimido ( pneumáticas ).
As ferramentas pneumáticas possuem vantagens em relação às ferramentas elétricas. Uma lixadeira pneumática por exemplo possui uma maior segurança na operação, além de ser bem mais leve que uma correspondente elétrica. As ferramentas pneumáticas possuem dispositivos que evitam acidentes em caso de operação incorreta – caso o disco de desbaste trave em alguma superfície, uma válvula de segurança impede que a mesma continue girando, o que poderia causar um acidente.
Existem diversas ferramentas que proporcionam a retirada de peças, preparação para solda, lixamento, polimento etc.
A mesma central de ar comprimido, quando corretamente instalada, poderá suprir a área de pintura e o acionamento das ferramentas.

Substituição Parcial de peças
É um método que proporciona economia e rapidez na execução além de garantir uma maior qualidade, pois proporciona uma menor interferência na carroceria.
Ao invés de se substituir totalmente uma parte da carroceria ( lateral por exemplo ), faz-se a substituição da parte que foi danificada pela colisão e que não admite reparo. Realiza-se o corte dessa parte e o ajuste da nova peça de acordo com as dimensões da parte retirada.
Em uma peça danificada, o reparo quando viável, deve ser priorizado. Substituir peças inteiras nem sempre é a melhor opção, pois necessitará uma intervenção em uma área muito maior. O reparo ou, se for o caso, a substituição parcial, garante uma maior qualidade no serviço, pois mantém a originalidade sem intervenções em regiões onde não há necessidade de reparo.

Repintura
Os principais elementos que influem em um boa qualidade na repintura são :
- Preparação correta dos materiais a serem aplicados na chapa – o que inclui a própria tinta;
- Preparação da superfície que irá receber a aplicação;
- Aplicação da tinta em área livre de contaminação.

Preparação da tinta
A quantidade de cores e tipos de tinta utilizados pelos fabricantes é enorme. O processo de repintura se adequou a essa realidade com o uso de pequenos laboratórios que permitem a produção dos mais variados pigmentos, independentemente do fabricante, modelo ou ano de fabricação do modelo a ser repintado.
Em um computador ficam registrados as fórmulas de todas as cores atualmente existentes ( o programa deve ser constantemente atualizado ). Ao operador cabe digitar o fabricante, modelo, ano, código da tinta ( disponível em uma etiqueta colada ao veículo ) e volume a ser produzido. O computador fornece as quantidades e quais as bases a serem utilizadas. Utilizando-se de uma balança de precisão ligada ao equipamento, o operador vai realizando a mistura das bases até preparar a tinta desejada.
Esse processo garante uma grande fidelidade à cor original e elimina desperdícios, na medida em que só é produzida a quantidade que realmente é necessária.

Preparação da superfície
O lixamento a seco permite um acabamento adequado, preparando a superfície para o processo final de pintura. Os maiores cuidados referem-se ao uso de unidades de aspiração de pó, para controlar a poeira, garantindo a limpeza necessária à operação, além de evitar problemas de saúde aos operadores.

Cabine/Estufa de Pintura
Equipamento vital à qualidade da pintura, o equipamento tem como função simular o ambiente utilizado na área de pintura das fábricas de automóveis : um área absolutamente livre de contaminação.
O equipamento garante também rapidez no processo, através do controle da temperatura e umidade interna. Um sistema eficiente de filtragem tanto na parte superior quanto inferior, garante uma atmosfera livre de contaminação.
Pressão positiva – um sistema de ventilação / exaustão garante que a pressão interna à cabine seja superior à externa ( ambiente ). Desse modo, no caso de abertura de portas, o sistema impede que o ar externo não filtrado invada a cabine, o que proporcionaria a contaminação da atmosfera interna.

Treinamento
O processo de reparação automotiva, que antes era visto como um processo artesanal, passou, com o uso das técnicas descritas, a ser um processo técnico, com menor possibilidade de erros, maior qualidade e menor tempo na execução do serviço.
O uso dos equipamentos é, sem dúvida, importante. A mão de obra, todavia, torna-se peça chave no processo. Um processo de reparação exige o trabalho de pessoal qualificado e essa qualificação exige treinamento.
Uma oficina bem equipada e com profissionais treinados oferece qualidade e garantia nos serviços, que é o diferencial em qualquer mercado competitivo. Nesse processo ganha não só o consumidor - a empresa é bastante beneficiada, com ganhos expressivos na produtividade e maior segurança no trabalho de seus colaboradores.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dicas o que fazer antes de compra o seu veiculo usado.

Com tanta oferta de modelos e condições de pagamento, comprar um usado ficou muito fácil. Difícil mesmo é avaliar se o veículo que você escolheu está em bom estado ou esconde surpresas desagradáveis embaixo do capô ou sob a pintura. Para revelar esses inimigos ocultos, conversamos com os especialistas do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi), que dão algumas dicas importantes na hora de comprar um carro usado. Porém, por mais dicas que você tenha em mãos, recomenda-se sempre que possível levar um especialista em funilaria ou um mecânico de confiança no ato da compra. Dá trabalho, mas vale a pena.

MAIS VALIA.

Prefira comprar nas concessionárias ou com particulares. As autorizadas escolhem os melhores carros para revender, enquanto que particulares em geral têm carros bem cuidados. Já os feirões perderam qualidade devido à invasão de lojistas. E não tenha medo de pagar acima da tabela. Em 90% dos casos, um automóvel mais caro é a prova de que o dono cuidou bem dele.


PARTE MECÂNICA.

• Não confie apenas no que está registrado no hodômetro, que sempre está sujeito a manipulações. Se o carro computa 30 000 quilômetros rodados e os pneus são novos, significa que houve substituição e o carro rodou ao menos 50 000, afinal, as fabricantes de pneus recomendam usá-los por até 60 000 quilômetros. Com os mesmos 30 000 no hodômetro, mas com os pneus carecas, descobre-se que o marcador foi adulterado, já que eles deveriam estar próximos da meia-vida.
• Se o pedal de freio estiver nitidamente desgastado, é porque o carro deve ter mais de 60 000 ou 70 000 quilômetros rodados. O mesmo vale para alavanca de câmbio e volante lisinhos - a regra não se aplica se eles forem revestidos de couro, que costuma se desgastar mais rapidamente. O banco do motorista esfolado na parte esquerda do assento indica que houve um excesso de entra-e-sai.
• Hodômetros digitais podem ser facilmente manipulados. Alguns mecânicos alteram o equipamento por cerca de 80 reais. Mas aqui há solução. Caso o comprador queira saber a quilometragem real, leve o veículo a uma oficina autorizada e passe um scanner no módulo central. Ali vai aparecer o número verdadeiro da rodagem do automóvel.
• As garantias de câmbio e motor dadas por alguns lojistas são ilusórias. Esse tipo de benefício é usado como forma de atrair compradores, porque na realidade são componentes difíceis de quebrar nos três meses da garantia. Em alguns casos, a revenda enrola o cliente até que o período dos três meses acabe e o comprador tenha que arcar com os custos.
• Quando o modelo é equipado com sistema de airbag ou de freios ABS, gire a chave e espere a luz respectiva se acender e depois se apagar, indicando que está tudo certo. Se a luz não aparecer, algo está errado. Pode indicar que o carro bateu e o airbag não foi reposto.
• Mesmo com o motor aparentemente em ordem, vale abrir o capô e observar o cabo do acelerador. Se estiver com graxa ou óleo, fuja, pois o vendedor está usando um artifício para abafar barulhos mecânicos. Fique atento aos barulhos no motor. Na maioria dos automóveis, isso ocorre porque houve alguma colisão e as peças trocadas jamais se encaixarão da mesma forma que as originais.
• Se ouvir barulhos estranhos na suspensão, suspeite de algum acidente. Esses componentes são projetados para durar perfeitamente até os 60 000 quilômetros. Para descobrir problemas, leve o veículo a algum terreno com piso irregular ou uma rua de paralelepípedos.
• Pneus com gasto excessivo tanto na parte externa da banda de rodagem quanto na interna significam problemas de alinhamento ou, pior, que foi batido. Se sofreu mesmo um acidente, desista da compra. Um carro desalinhado por colisão jamais poderá ser corrigido corretamente.
• Olhe a ponteira do escapamento e certifique-se de que só haja fuligem preta. Se estiver pegajoso, cheio de óleo, é sinal de que o motor precisa de algum tipo de conserto.

FUNILARIA E PINTURA.

• Retire as borrachas de guarnição de todas as portas e verifique os pontos de solda. Se não existirem esses pontos, ou notar alguma diferença, caia fora, pois o carro foi batido. É quase impossível um funileiro fazer os mesmos pontos de solda desenvolvidos nas fábricas.
• Compre carros que apresentem riscos na lataria, em opção a um modelo que esteja visualmente impecável. Na maioria das vezes, um veículo aparentemente limpo esconde uma história de acidentes ou ao menos de repintura. Nesse caso, tanto para compradores quanto para vendedores, é mais interessante reduzir um pouco o preço.
• Observe com atenção a pintura. Um dos erros mais básicos de quem sofre um acidente e manda consertar a lataria é que a tinta utilizada normalmente tem textura diferente. A de fábrica em geral é mais lisa, enquanto as feitas em oficinas apresentam alguns pontos de ranhura e opacidade.
• Coloque o carro em um local bem iluminado. Fazendo isso, dá para solucionar dois problemas de uma vez. O primeiro: como 95% dos automóveis são pintados com tintas metálicas, as manchas na pintura irão aparecer com a incidência de luz. Outro problema pode ser resolvido se o comprador for até a parte traseira do veículo e observar toda a lateral. Se houve colisão ou conserto, provavelmente será notada alguma ondulação, mesmo para quem não é um especialista.
• Uma porta que por diversas vezes apresentou problemas na hora de fechar demonstra que o veículo deve ter sido batido. Depois de um acidente na porta, dificilmente ela voltará a funcionar normalmente, mesmo com um bom trabalho de funilaria. A regra também vale no caso de haver diferença entre os vãos das portas.
• Abra o capô e analise cuidadosamente se existem pontos de solda entre o painel e o pára-lama. Se perceber alguma diferença nessa parte em relação às junções de chapa metálica, saiba que o carro já colidiu de frente.
• Um bom funileiro pode consertar a traseira, mesmo em uma colisão que danifique bem um automóvel. No entanto, por melhor que seja o serviço, o local do estepe pode provar o contrário. Quando for adquirir um veículo, levante o pneu sobressalente e olhe com atenção a região. Se ela mostrar algum ponto estranho de solda, ou mesmo se estiver oval, está comprovado que houve colisão traseira.
• Boa parte das peças originais que equipam o motor de um carro sai de fábrica com leves pontos de tinta - vermelha, azul, amarela. É especialmente comum em porcas e parafusos. Se o automóvel a ser comprado não apresentar isso, significa que as peças foram substituídas, apresentando mau uso ou então uma batida. Cheque especialmente os pontos de fixação do radiador, mais sujeito a danos.

ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES.

Nunca é demais lembrar que você sempre corre o risco de estar comprando um veículo roubado. Para isso, algumas regrinhas básicas ajudam a conferir sua procedência:
• A simples checagem do número de chassi gravada nos vidros pode revelar muita coisa. Alguns falsificadores não trocam os vidros, pois sabem que quase ninguém se lembra de conferi-los. Verifique também se os números têm o mesmo padrão de marcação ou se há partes apagadas ou rasuradas.
• Os cintos de segurança têm sempre uma etiqueta onde consta o ano de fabricação. Se não bater com o ano que está no documento, o carro pode ser roubado.
• Algo simples e que poucos compradores fazem é checar o número do chassi no monobloco.
• Atenção para placas de outros estados. Elas podem esconder um carro clonado ou uma extensa lista de multas não pagas.
• Antes da compra, peça o número do Renavam e a placa, acesse o site do Denatran (www.denatran.gov.br) e clique em "Consultas On-Line". Ali você confirma cor, ano, modelo e número do chassi, além de saber se há multas ou IPVA em atraso, ou mesmo registros de ocorrência de furto, perda total ou alienação pelo banco.